A seca na Marina do Davi, em Manaus, tem sido uma das mais severas já registradas nos últimos anos. Em 2023, o nível do Rio Negro atingiu uma das cotas mais baixas de sua história, chegando a 12,70 metros.
ATUALIZAÇÃO DA ESTIAGEM
Em 2024, a situação se agravou, com o rio recuando para 13,19 metros até outubro, com a expectativa de que essa seja a pior seca em mais de 120 anos. Essa queda drástica impacta diretamente a vida na Marina do Davi, um importante ponto de embarque para comunidades ribeirinhas e para atividades de lazer na região.
A baixa do nível do rio tem afetado gravemente o transporte fluvial, com embarcações maiores ficando encalhadas e somente lanchas menores conseguindo operar, transportando um número reduzido de passageiros.
PASSEIOS TURÍSTICOS NA MARINA DO DAVI
A movimentação de turistas diminuiu em até 80%, prejudicando a economia local. Além disso, as condições para pescadores e moradores da região se deterioraram, com a dificuldade de acesso à água potável e a perda de fontes de alimentos, como a pesca, que se tornou praticamente inviável com o sumiço dos peixes
IMPACTOS DA SECA NO AMAZONAS
O impacto é sentido por mais de meio milhão de pessoas no estado do Amazonas, e todos os municípios estão em estado de emergência, com a seca causando dificuldades no acesso a serviços essenciais e na manutenção das atividades econômicas
De acordo com a moradora Celina Cunha, a situação das pessoas que moram nas redondezas da Marina do Davi , estar bastante dificultoso para todos. ” Aqui a realidade é muito difícil assim por causa que eu já sou idosa e tenho que andar muito, porque tá tudo seco tem que ir para o médico, o percurso para o médico é muito difícil para mim porque eu tenho que andar bastante , e isso é muito difícil para mim sair. Eu tenho meu filho que é deficiente ele nem pode sair porque tem que colocar ele dentro da canoa, as outras pessoas tem que me auxiliar para levar ele para casa da minha filha, essa é nossa realidade aqui”, disse Celina (moradora da Marina do Davi).
Além disso, alguns moradores estão enfrentando algumas dificuldades em relação à falta de energia elétrica na região. A moradora Celina explicou que dorme na casa do sua filha , que tem um gerador de luz, para dormirem mais confortável “ A gente passa por dificuldade com a luz porque tem vez que aqui a energia elétrica vai embora e fica muito quente aqui, então atravessamos na canoa para ir para casa da minha filha , para não sofremos com o calor”, relatou Celina (moradora da Marina do Davi).
Crise no Abastecimento de Água: A diminuição do nível dos rios afeta o fornecimento de água potável em várias comunidades ribeirinhas. O acesso à água limpa se torna escasso, aumentando a vulnerabilidade à contaminação e doenças.
Prejuízos à Agricultura e à Pesca: Com o nível dos rios muito baixo, a pesca, que é uma das principais fontes de alimento e renda para comunidades ribeirinhas, está comprometida. Muitas espécies de peixes desaparecem das áreas afetadas, dificultando a subsistência de pescadores. Além disso, a seca impacta a agricultura familiar, que depende da irrigação natural proporcionada pelos rios.
Isolamento de Comunidades: Com a queda do nível dos rios, o transporte fluvial, essencial para a locomoção das comunidades, fica prejudicado. Barcos maiores ficam impossibilitados de navegar, isolando populações que dependem dessas embarcações para acessar serviços de saúde, educação e transporte de alimentos.
Deslocamento de Populações: Muitas famílias têm sido forçadas a deixar suas casas em busca de água e melhores condições de vida. O deslocamento forçado devido à seca gera impactos sociais, como a perda de laços comunitários e a dificuldade de reintegração em novos locais.
Aumento das Queimadas: A seca agrava o número de queimadas na região, já que a vegetação seca se torna combustível para incêndios florestais. Em 2023, o Amazonas registrou um aumento de 30% nas queimadas em comparação aos anos anteriores(
Impactos na Biodiversidade: A fauna e flora amazônicas são altamente sensíveis às mudanças nos níveis dos rios. Com a seca, muitos animais perdem seu habitat e fontes de alimento, o que pode levar a uma mortalidade em massa de espécies aquáticas e terrestres.
Esses impactos combinados criam um cenário de emergência humanitária e ambiental, exigindo respostas rápidas e eficazes para minimizar os danos causados pela seca prolongada no Amazonas.
O governo tem implementado algumas medidas de apoio para as famílias ribeirinhas afetadas pela seca no Amazonas. Entre as principais ações estão: Distribuição de cestas básicas, ações de saúde e vacinação, apoio à Pesca, além disso, também estão disponibilizado pontos para distribuição de água potável para as famílias afetadas pela estiagem.
Situação de Emergência
O estado do Amazonas decretou situação de emergência, o que facilitou o direcionamento de recursos federais e estaduais para ações emergenciais de infraestrutura e apoio às comunidades. Esse status também possibilita a liberação mais rápida de verbas e recursos para essas familias.