O mercado financeiro revisou para baixo a previsão da inflação oficial de 2025, de 5,57% para 5,55%, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira (22). Apesar da leve queda, a estimativa ainda supera o centro da meta do governo (3%), embora permaneça dentro do limite máximo de 4,5%. Em março, o IPCA registrou alta de 0,56%, pressionado por alimentos e energia, mas perdeu força frente aos 1,31% de fevereiro. Para os próximos anos, entretanto, as projeções indicam desaceleração gradual: 4,51% em 2026 e 3,78% em 2028.
Para conter os preços, o Banco Central mantém a taxa Selic em 14,25% ao ano, após cinco aumentos consecutivos. De acordo com o Copom, a decisão reflete um cenário de economia aquecida e inflação persistente, especialmente em serviços. A autoridade monetária sinalizou, porém, que os próximos ajustes serão menores, com possível elevação de 0,75 ponto percentual em maio. Até dezembro, a expectativa é de que os juros cheguem a 15% ao ano, influenciando o crédito e a poupança.
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Além disso, o mercado projeta crescimento de 2% para o PIB em 2024, mesma taxa estimada para 2027 e 2028. O desempenho contrasta com o avanço de 3,4% em 2023, maior desde 2021. Por outro lado, o dólar deve encerrar o ano a R$ 5,90, com leve alta para R$ 5,95 em 2026. A combinação entre juros elevados e câmbio estável, no entanto, ainda gera incertezas sobre o ritmo de recuperação econômica.
Diante desse cenário, o Banco Central reforçou o alerta sobre riscos inflacionários, incluindo pressões globais e políticas domésticas. Embora a previsão da inflação aponte desaceleração futura, o órgão destacou que manterá atenção redobrada aos núcleos de preços. Enquanto isso, a previsão da inflação para 2025 (4,51%) permanece acima do teto da meta, exigindo cautela no ajuste monetário.