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Memória e luta por justiça: Organizações realizam seminário sobre quatro anos do Massacre do Rio Abacaxis e Mari-mari

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Seminário ocorrerá nos dias 8 e 9 de agosto no Auditório Rio Solimões, em Manaus, com início às 9h

O Seminário “Massacre do Rio Abacaxis e Mari-Mari: memória e luta por justiça!”, evento realizado anualmente para discutir os avanços no caso da chacina que culminou na morte de ribeirinhos e indígenas em Borba e Nova Olinda do Norte, acontecerá entre os dias 8 e 9 de Agosto no Auditório Rio Solimões da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Promovido pelo Grupo Pesquisa Planejamento e Gestão do Território na Amazônia – Dabukuri e entidades parceiras, o evento conta com a participação da Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público Federal (MPF) e do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH).

O evento tem como objetivo trazer novas atualizações sobre o caso, manter viva a memória das vítimas e cobrar das autoridades reparação e justiça às famílias afetadas. Durante o seminário, será feita uma retrospectiva histórica dos acontecimentos dos últimos quatro anos desde o massacre, abordando os danos sofridos e a violação de direitos que seguem ocorrendo nos territórios.

“Com o propósito de somar forças nesse processo de luta por justiça e para que o Estado adote medidas de reparação às famílias das vítimas, às aldeias e comunidades ribeirinhas, é que nos reunimos novamente neste quarto ano para memorizar o massacre executado pelas forças de segurança do Estado”, explica Raphael Diniz, pesquisador do Grupo de Dabukuri e professor de Geografia da Ufam.

O Massacre no Rio Abacaxis, ocorrido em agosto de 2020, culminou na morte de 8 pessoas, dentre indígenas e ribeirinhos que vivem na Terra Indígena Kwatá Laranjal e ao longo do rio Abacaxis e Mari-Mari, nos municípios de Borba e Nova Olinda do Norte (a 126 quilômetros de Manaus). Os crimes, com abuso policial, tortura e assassinato, foram executados com o envio de 50 policiais militares pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), após o ex secretário-executivo do Fundo de Promoção Social estadual, Saulo Moysés Rezende Costa, afirmar ter sido baleado enquanto fazia prática ilegal de pesca esportiva na região. Até o momento, duas pessoas foram indiciadas e a Polícia Federal (PF) investiga mais de 150 pessoas envolvidas nos crimes.

A impunidade e a morosidade têm favorecido invasões de grileiros, garimpeiros, tráfico de drogas, ameaças e agressões no território, o que resulta num cenário de guerra insustentável às populações indígenas e ribeirinhas.

Foto: divulgação

Com informações da ascom.

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