A exposição “MIA – Passado, Presente e Futuros”, do Museu Itinerante da Amazônia, chegou a Manaus com um debate urgente: como as cidades amazônicas sustentáveis podem enfrentar as mudanças climáticas? Idealizada pelo Laboratório da Cidade (Belém) e pela Oca Amazônia, a mostra combina arte e estudos para questionar modelos urbanos históricos, como o asfaltamento excessivo e a substituição de áreas verdes. Além disso, após Manaus, a itinerância seguirá para São Luís, Brasília e Rio de Janeiro, reforçando a necessidade de um diálogo nacional.
Diálogos e Falhas no Planejamento
Durante a abertura, um debate sobre “COP30 e as cidades amazônicas” conectou a exposição a iniciativas do Instituto Clima e Sociedade. Segundo Jade Jares, curadora do MIA, o projeto surgiu em 2022, mas em 2023 ganhou formato interativo: “Precisamos aprender com os povos originários para evitar replicar modelos europeus que ignoram nosso clima”. Já Tatiana Lobão, visitante do Rio, destacou falhas: “O calor extremo torna atividades básicas, como usar ônibus, insustentáveis”.
Leia mais: Amazônia tem menor índice de desmatamento em fevereiro, aponta Inpe
Arte que Inspira Mudanças
Um dos destaques é um vídeo colaborativo que analisa áreas sem arborização em Belém, adaptado para cada cidade. A proposta é imaginar urbanismos que respeitem a Amazônia, combatendo a ideia de que progresso é sinônimo de asfalto. Além do impacto sensorial, o MIA visa influenciar políticas públicas, especialmente com a COP30 em Belém (2025). “Não queremos apenas reflexões, mas ações”, reforça Jade.
Chamado para um Futuro Verde
Com entrada gratuita até 29 de abril, a exposição no Palacete Provincial denuncia crises como rios poluídos e perda de áreas verdes. Por fim, o projeto convida sociedade e autoridades a repensar as cidades amazônicas sustentáveis, unindo tradição e inovação para um futuro viável.