Exposição em Manaus revela arte ritualística dos bancos indígenas

Em uma entrevista exclusiva ao jornalista Dudu Monteiro, do Programa Furacão Entrevista, o artista amazonense Rui Machado fala sobre a mostra “Bancos Indígenas do Brasil: Rituais”, com 100 peças de 39 etnias brasileiras. Uma exposição que apresenta bancos que vão além de objetos utilitários, revelando seu papel central em rituais de cura, passagem e celebração. Localizada no ICBEU (Av. Joaquim Nabuco, 1286), a mostra ficará aberta até 21/06, com entrada franca.

Bancos como protagonistas de rituais ancestrais

A exposição destaca o papel sagrado dos bancos em cerimônias indígenas. Caciques os usam para anunciar decisões, pajés realizam rituais de cura em peças que são destruídas após sua morte, e comunidades como os Galibi Marworno empregam bancos de 6 metros em festivais como o Turé (celebração da colheita). “São objetos que carregam poder espiritual e marcam passagens importantes, como o Hetohoky (Karajá) e o Kuarup (Xingu)”, afirma Machado. A curadoria divide as peças em três eixos: espiritualidade, iniciação e mitos.

Da coleção pessoal ao reconhecimento internacional

Rui Machado revela que sua paixão por bancos indígenas começou na infância, com um banco Tucano que integrava o cotidiano familiar. Sua coleção, que já teve mais de 50 peças, chamou a atenção da Coleção B – projeto dos curadores Thomás Alvim e Marisa Moreira Salles –, que hoje reúne obras de todo o Brasil. “Doei 30 bancos porque queria que fossem valorizados. Essa exposição, que já passou por Belém e vai a Salvador, é uma forma de dar visibilidade a essa arte”, destaca.

Fotos: Redação Portal Furacão
ICBEU como polo cultural em Manaus

O presidente do ICBEU, Luís Fabião, é apontado como um incentivador da iniciativa, transformando o instituto em um espaço multicultural. Além da mostra, o local abrigará em breve uma escola de artes, reforçando seu compromisso com a cultura amazônica. “É preciso amor pela nossa história. Esses bancos são a prova viva de que a arte indígena é essencial para entender quem somos”, conclui Machado. A visitação ocorre de segunda a sábado, das 9h às 17h30 (sábados até 13h).

 

Por Gustavo Costa, sob supervisão de Lauane Cristine.

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