Conclave 2025: cardeais iniciam escolha do novo papa no Vaticano

Teve início nesta quarta-feira (7), no Vaticano, o conclave que irá eleger o novo papa, sucessor de Francisco. No começo da tarde (horário de Brasília), as portas da Capela Sistina foram trancadas, marcando o início do processo sigiloso entre os cardeais. A tradição milenar segue regras praticamente inalteradas há oito séculos.

Este é o terceiro conclave do século XXI — os anteriores ocorreram em 2005, quando foi escolhido Bento XVI, e em 2013, com a eleição de Francisco.

Quem pode ser eleito papa?

Embora qualquer católico batizado possa ser escolhido, é quase certo que o novo pontífice será um cardeal. São esses altos membros da hierarquia da Igreja Católica os responsáveis por votar no novo líder. Atualmente, existem 252 cardeais no mundo, mas somente os com menos de 80 anos podem votar.

Dos 135 cardeais aptos a votar, 133 estão presentes. Dois se ausentaram por questões de saúde.

Como funciona a votação?

No primeiro dia do conclave, após a missa na Basílica de São Pedro, os cardeais se dirigiram à Capela Sistina, onde fizeram um juramento de confidencialidade e fidelidade. Após o comando “extra omnes” (“todos fora”), apenas os eleitores permanecem no local.

Uma primeira votação pode ser realizada no mesmo dia, mas não é obrigatória. Caso ocorra, o resultado será sinalizado às 14h (horário de Brasília) com fumaça preta (nenhuma decisão) ou branca (papa eleito).

Nos dias seguintes, ocorrem até quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde. Os horários previstos para a fumaça são: 5h30, 7h, 12h30 e 14h (horários de Brasília). Para que um candidato vença, é necessário obter dois terços dos votos.

Se nenhuma decisão for alcançada até sexta-feira, o sábado será reservado à oração, sem votações. Caso o impasse continue por muitos dias, os cardeais podem limitar a disputa aos dois nomes mais votados — mas ainda será necessário alcançar dois terços dos votos.

Favoritos ao papado em 2025

A escolha do papa é notoriamente imprevisível. Como diz o ditado: “Quem entra papa, sai cardeal”. No entanto, alguns nomes são considerados fortes concorrentes pela imprensa internacional:

  • Pietro Parolin (Itália) – Secretário de Estado do Vaticano e figura central na Cúria Romana.

  • Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Destaque por seu trabalho pastoral direto com o povo.

  • Fridolin Ambongo (Congo) – Voz crescente do continente africano na Igreja.

  • Peter Turkson (Gana) – Nome forte desde 2013, com grande influência teológica.

  • Matteo Zuppi (Itália) – Conhecido por seu trabalho social e diálogo com minorias.

  • Reinhard Marx (Alemanha) – Defensor de uma Igreja mais acolhedora.

  • Robert Sarah (Guiné) – Preferido entre os setores mais conservadores.

  • Jean-Marc Aveline (França) – Promove o diálogo inter-religioso e a causa dos imigrantes.

  • Outros nomes incluem representantes de EUA, Canadá, Malta e Mianmar.

E se o novo papa for brasileiro?

Dos 133 eleitores presentes, sete são brasileiros, entre eles o cardeal Leonardo Ulrich Steiner (arcebispo de Manaus), que chegou a ser citado pela agência Reuters como um possível nome.

Confira a lista dos brasileiros no conclave:

  • Sérgio da Rocha (Salvador)

  • Jaime Spengler (Porto Alegre)

  • Odilo Scherer (São Paulo)

  • Orani Tempesta (Rio de Janeiro)

  • Paulo Cezar Costa (Brasília)

  • João Braz de Aviz (Brasília – emérito)

  • Leonardo Ulrich Steiner (Manaus)

Apesar das especulações, a Igreja vê o conclave como uma busca espiritual por um sucessor de Pedro, e não apenas um substituto de Francisco.

Quando será anunciado o novo papa?

Quando um cardeal é eleito, ele precisa aceitar o cargo e anunciar o nome papal escolhido. As cédulas são então queimadas com uma substância que gera fumaça branca, visível na Praça São Pedro. Os sinos da Basílica tocam, marcando o momento histórico.

Logo depois, o novo papa se recolhe à “Sala das Lágrimas”, onde veste os trajes papais. Por fim, o cardeal Dominique Mamberti anuncia ao mundo: “Habemus Papam”, e o novo pontífice surge na varanda da Basílica de São Pedro para saudar os fiéis.

Quanto tempo pode durar o conclave?

Embora não haja prazo definido, conclaves modernos têm sido relativamente curtos. Nos últimos 10 processos, nenhum ultrapassou cinco dias. Os dois mais recentes duraram apenas dois dias:

  • 2013: Francisco – 2 dias

  • 2005: Bento XVI – 2 dias

  • 1978 (outubro): João Paulo II – 3 dias

  • 1978 (agosto): João Paulo I – 2 dias

  • 1963: Paulo VI – 3 dias

  • 1958: João XXIII – 4 dias

  • 1939: Pio XII – 2 dias

  • 1922: Pio XI – 5 dias

  • 1914: Bento XV – 4 dias

  • 1903: Pio X – 5 dias

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