O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer donepezila para casos graves de Alzheimer, conforme portaria publicada pelo Ministério da Saúde em 15/05. A medida, que atualiza o Protocolo Clínico (PCDT) da doença, permite que pacientes em estágio avançado utilizem o medicamento isoladamente ou em combinação com a memantina. Antes restrita a quadros leves e moderados, a donepezila ajuda a preservar funções cognitivas e reduz sintomas como agitação e apatia. Em 2023, mais de 58 mil pessoas já usaram a terapia combinada, segundo dados da pasta.
Evidências Científicas e Impacto Social
A decisão, baseada em estudos avaliados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), visa ampliar o cuidado contínuo. Fernanda De Negri, secretária da SECTICS, destacou que a incorporação reflete “compromisso com inovação e equidade”. Estima-se que 10 mil pacientes serão beneficiados no primeiro ano. Além disso, pesquisas apontam que a donepezila para casos graves pode retardar a necessidade de institucionalização, garantindo maior qualidade de vida.
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Atendimento Integral e Multidisciplinar
Além da donepezila, o SUS oferece outros medicamentos, como memantina (para estágios avançados) e rivastigmina (leves/moderados). O tratamento inclui acompanhamento multiprofissional em centros especializados e atendimento domiciliar pelo Programa Melhor em Casa. Entre janeiro e março de 2025, foram registrados 7 milhões de consultas ambulatoriais para Alzheimer no país, reforçando a capilaridade do sistema.
Estatísticas e Futuro do Cuidado
A ampliação reforça políticas públicas para o envelhecimento saudável. Dados do Ministério mostram que, no mesmo período, 576 internações hospitalares relacionadas à doença foram realizadas. Com a atualização do PCDT, a estratégia integra terapias medicamentosas e apoio psicossocial, assegurando dignidade aos pacientes e famílias. O SUS consolida-se, assim, como pilar essencial no combate a desafios neurológicos complexos.