As operadoras de telecomunicações estão direcionando progressivamente seus aportes financeiros para a próxima etapa da evolução móvel: o 5G Advanced, também conhecido como 5,5G. De acordo com o mais recente relatório da Global Mobile Suppliers Association (GSA), há uma mudança crescente na alocação de recursos para essa tecnologia, que depende de redes 5G puras e da Release 18 das especificações técnicas do 3GPP.
Atualmente, o progresso ainda é moderado, pois o ecossistema está em fase inicial. Entretanto, a GSA acredita que o lançamento previsto para este ano de mais dispositivos compatíveis com as normas do 5G Advanced e com a 3GPP Release 18 trará mais dinamismo à evolução do setor.
O relatório aponta que várias operadoras já iniciaram investimentos e algumas até lançaram a tecnologia. A expectativa é que a ampliação da adoção de chipsets, modems e dispositivos compatíveis estimule ainda mais o avanço do 5G Advanced e da tecnologia 5G standalone (autônoma), um pré-requisito essencial.
Até o momento, foram identificadas 26 operadoras em 15 países que estão apostando nesse segmento, com a Ásia liderando as iniciativas. Nações como Índia, Uzbequistão e Taiwan já começaram a investir, enquanto China e Macau já realizaram lançamentos. Nas Américas, a atuação ainda é discreta; na África, não há registros de atividades; e na Europa, o avanço é gradual, com destaques para Turquia e Finlândia.
No aspecto de hardware, até agora, foi lançado apenas um chipset totalmente compatível com a Release 18 (tanto em hardware quanto em software), além de cinco modems e 75 dispositivos preparados para essa nova geração.
Desde a última atualização da GSA, em abril de 2025, foram identificados 163 operadores em 65 países investindo em redes 5G standalone. Além disso, 73 operadores em 40 países já lançaram ou estão em fase de lançamento de redes 5G autônomas, com o objetivo de avançar para o 5G Advanced, uma vez que essa evolução requer redes 5G puras, sem dependência do 4G. A GSA também acompanha atualmente 101 projetos-piloto com redes privadas 5G autônomas.
O 5G Advanced permitirá a introdução de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e machine learning, para automatizar tarefas de gestão de rede. Ele também oferece melhorias nas antenas MIMO (Multiple-Input Multiple-Output) e na eficiência energética, com recursos como o modo de suspensão, que desliga componentes durante períodos de baixa demanda.
Entre os benefícios, estão uma qualidade de sinal superior, menor interferência e uma gestão mais eficaz da largura de banda, superando as gerações anteriores.
Para os consumidores, o 5G Advanced proporcionará internet móvel mais rápida, com capacidade reforçada para manter a qualidade do serviço em ambientes de alta densidade, como estádios e festivais. Além disso, vai facilitar a cobertura em áreas remotas, graças ao suporte para comunicações via satélite e plataformas de alta altitude.
No setor corporativo, o 5G Advanced oferece uma base mais robusta para aplicações inovadoras, como Internet das Coisas (IoT) e veículos autônomos. O novo padrão amplia a faixa de cobertura, incluindo frequências abaixo de 5 MHz, e melhora a precisão na localização, essencial para operações com drones, rastreamento logístico e navegação em realidade aumentada.
Outro levantamento recente da GSA, divulgado em maio, revela que 633 operadoras em 188 países já operam ou preparam o lançamento de redes 5G. Apesar disso, o 4G (LTE) continua predominante, com 6,6 bilhões de assinantes globalmente.