Na última sexta-feira (28), o Ministério da Saúde realizou um webinário para fortalecer as estratégias de ampliação da vacinação contra o HPV. O objetivo principal é mobilizar estados e municípios para alcançar adolescentes e jovens de 15 a 19 anos que ainda não receberam a vacina, crucial na prevenção de cânceres como os de colo do útero, vulva, pênis, ânus e orofaringe. O evento contou com a participação de mais de 700 pessoas, incluindo gestores, profissionais de saúde e o público em geral.
Durante o encontro, foi discutida a introdução da vacina contra o HPV em dose única no Brasil, uma medida que segue as recomendações do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) e é respaldada por evidências científicas que comprovam sua eficácia. A dose única simplifica a logística da vacinação, contribuindo para a eliminação do câncer de colo do útero e sendo considerada a forma mais rápida de combater a doença globalmente. “O Brasil assumiu o compromisso de adotar essa estratégia para adolescentes de 9 a 14 anos sem comprometimento imunológico, mantendo o esquema combinado para outros grupos prioritários”, afirmou Ana Goretti, representante do Ministério da Saúde.
Ampliação de Grupos Prioritários
Além de expandir o público-alvo para jovens de 15 a 19 anos, o Brasil também incluiu novos grupos prioritários na campanha de vacinação contra o HPV. Pacientes com papilomatose respiratória recorrente, que necessitam de múltiplas cirurgias ao longo do ano, agora fazem parte dessa estratégia, graças à redução da necessidade de intervenções cirúrgicas proporcionada pela imunização. Outros grupos incorporados são os usuários de PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV) e indivíduos imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, de ambos os sexos.
“Os adolescentes não vacinados representam um problema global significativo, pois, além das consequências para a própria saúde, são potenciais transmissores do HPV. O desafio é grande, porque esse público dificilmente procura os serviços de saúde para se vacinar. Por isso, estamos reforçando a vacinação em escolas e outras estratégias para alcançar essa população”, explicou Ana Catarina, coordenadora-Geral de Incorporação Científica e Imunização da SVSA.