Falta de diagnóstico dificulta eliminação da malária no Brasil até 2035

A eliminação da malária no Brasil até 2035 enfrenta um obstáculo crítico: a falta de diagnóstico preciso, especialmente fora da Amazônia. Diagnóstico, transmissão, eliminação, Amazônia são desafios interligados, segundo Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária da Fiocruz. Embora os casos tenham caído 26,8% no primeiro trimestre de 2024, ainda foram registrados 25.473 infecções. O Ministério da Saúde mantém a meta de reduzir em 90% os novos casos até 2030, mas especialistas alertam que o controle deve ser ampliado para evitar surtos em outras regiões.

Apesar de 99% dos casos ocorrerem na Amazônia, o mosquito Anopheles está presente em 80% do território nacional. Diagnóstico, transmissão, eliminação, Amazônia dependem de vigilância reforçada, já que pessoas infectadas podem levar o parasita para outras áreas. O Plasmodium vivax, responsável por 80% das infecções, é altamente transmissível, enquanto o falciparum, menos comum, tem maior letalidade. Se não tratados rapidamente, os pacientes podem se tornar fontes de novos surtos, especialmente em regiões onde médicos não reconhecem os sintomas.

Leia também: Profissionais de Saúde no Amazonas Recebem Capacitação para Diagnóstico de Malária

Além disso, as mudanças climáticas podem agravar o cenário, facilitando a expansão do mosquito para áreas antes livres da doença. Embora testes rápidos e medicamentos eficazes estejam disponíveis, a conscientização dos profissionais de saúde é essencial. “Um paciente com febre, calafrios e dor de cabeça pode ter malária, mesmo fora da Amazônia”, ressalta Daniel-Ribeiro.

Para alcançar a eliminação total até 2035, o Brasil precisa combinar diagnóstico precoce, tratamento imediato e bloqueio de transmissão em focos ativos. Caso contrário, o país corre o risco de ver a malária se reestabelecer em regiões onde já foi controlada.

©FURACÃO DE NOTÍCIAS – Todos os direitos reservados.

plugins premium WordPress