A possibilidade de um papa brasileiro ganha força com a menção ao arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner, cujo nome foi recentemente destacado pela agência Reuters como um dos potenciais candidatos no Conclave. Steiner, que atua na região amazônica, é visto como um nome que reflete os ideais do papa Francisco, especialmente pela defesa da ecologia integral e do diálogo com comunidades indígenas. Sua trajetória, marcada por uma atuação discreta porém estratégica, tem sido associada à busca por renovação na Igreja, alinhada às urgências socioambientais. A Amazônia no Conclave, portanto, emerge como um símbolo de possíveis mudanças.
Entretanto, desafios persistem. Steiner, apesar do reconhecimento internacional, ainda é considerado um cardeal de menor projeção global comparado a outros nomes brasileiros, como dom Odilo Scherer. Sua ligação com a Amazônia, embora valorizada por setores progressistas, pode enfrentar resistência entre grupos mais conservadores, que priorizam temas como doutrina tradicional e gestão centralizada. Além disso, a falta de articulação política explícita em Roma dificulta prever seu apoio interno. Ainda assim, a Amazônia no Conclave mantém-se como uma narrativa poderosa em um contexto de crescente atenção às crises climáticas.
Por outro lado, especialistas destacam que a eleição de Steiner representaria um marco geopolítico. Pela primeira vez, um pontífice viria não apenas da América Latina, mas de uma região periférica e biodiversa, reforçando o discurso de “Igreja em saída” proposto por Francisco. Sua experiência pastoral na Amazônia, onde questões como desigualdade e preservação são urgentes, é considerada estratégica para reconectar a Igreja com realidades locais.
Contudo, o Conclave é imprevisível. Enquanto Steiner acumula simpatias entre defensores da ecoteologia, sua eleição depende de alianças complexas. Seu perfil conciliador e o legado de Francisco podem inclinar a balança, mas apenas o escrutínio final revelará se a voz da Amazônia ecoará no trono de Pedro.