Como acontece o processo secreto e metódico da eleição papal?

O conclave, ritual centenário para eleger o Papa, segue etapas meticulosas descritas na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis. Desde a distribuição das cédulas até a queima no fogão de ferro de 1939, cada detalhe é rigorosamente controlado. Atualmente, 133 cardeais eleitores participam do processo, que exige dois terços dos votos (89 votos) para a escolha do 267º Pontífice. Vale destacar que as cédulas, dobradas e assinadas, são depositadas em um recipiente sobre o altar da Capela Sistina, após um juramento público de cada cardeal.

Além disso, o processo inclui adaptações para cardeais enfermos. Enquanto a maioria vota na Capela Sistina, três infirmarii recolhem as cédulas dos que estão em seus aposentos, usando uma caixa lacrada. Após isso, os escrutinadores contam os votos, perfuram as cédulas com uma agulha e as alinham em uma corda para evitar fraudes. Cabe ressaltar que, se o número de votos não coincidir com o de eleitores, todas são queimadas, e uma nova votação é iniciada.

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Por outro lado, a demora na eleição não é incomum. Desde 1831, apenas três papas foram eleitos antes da quarta votação. Em casos de impasse, após sete escrutínios fracassados, os cardeais fazem pausas para oração e debate, podendo, posteriormente, votar apenas entre os dois nomes mais votados. Entretanto, mesmo nessa fase, a maioria de dois terços é mantida como requisito.

Por fim, as cédulas são queimadas no fogão histórico, liberando fumaça branca (eleição) ou preta (sem consenso). Enquanto isso, o mundo aguarda do lado de fora da Capela Sistina, onde o processo meticuloso e sigiloso continua a definir os rumos da Igreja Católica.

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