Uma pesquisa realizada por JLeiva Cultura & Esporte, com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, e realização do Ministério da Cultura (MinC), revelou que os brasileiros têm preferido consumir livros, jogos eletrônicos e cinema. Entre os entrevistados, 62% afirmaram ter lido livros nos últimos 12 meses, 51% acessaram jogos eletrônicos e 48% foram ao cinema. Por outro lado, atividades como concertos, saraus e feiras de livro são as menos consumidas.
O estudo, divulgado no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entrevistou 19,5 mil pessoas com mais de 16 anos nas 26 capitais estaduais e no Distrito Federal, entre fevereiro e maio de 2024. Foram analisadas 14 atividades culturais, incluindo livros, jogos eletrônicos, cinema, locais históricos, shows de música, festas populares, museus, bibliotecas, teatro, dança, feiras do livro, circo, saraus e concertos.
Durante o evento de divulgação, a subsecretária de Gestão Estratégica do MinC, Letícia Schwarz, destacou a importância da pesquisa para a formulação de políticas públicas mais inclusivas. “Essa pesquisa é fundamental para os gestores públicos de cultura, tanto federais quanto locais, desenharem políticas e aprofundarem pesquisas para garantir o direito à cultura”, afirmou.
A pesquisa apontou diferenças significativas no acesso a atividades culturais entre as capitais brasileiras. As cidades do Sul do país lideram em diversos indicadores. Porto Alegre lidera a leitura de livros (72%), enquanto Florianópolis se destaca na frequência a museus (37%) e shows de música (56%). O Rio de Janeiro aparece no topo do ranking para cinema (57%) e teatro (32%). Manaus, por sua vez, lidera a participação em dança, com 32% dos entrevistados praticando essa atividade.
Diferenças de Gênero no Acesso à Culturaeitura, as mulheres demonstram maior engajamento: 65% afirmaram ter lido pelo menos um livro no ano anterior à pesquisa, em comparação com 59% dos homens. Já no universo dos games, a situação se inverte, com 54% dos homens jogando jogos eletrônicos, contra 49% das mulheres. A pesquisa também identificou um maior acesso masculino a locais históricos (47% dos homens contra 44% das mulheres).
A predominância de homens e mulheres de até 34 anos na participação em atividades culturais também é relevante. No entanto, entre 25 e 44 anos, faixa etária em que muitas mulheres têm filhos pequenos, conforme pesquisa, o acesso feminino a eventos culturais sofre uma queda mais acentuada do que o masculino.