O Brasil colocará o uso da Inteligência Artificial (IA) na saúde como uma das prioridades de sua presidência no BRICS em 2025. A proposta é compartilhar experiências bem-sucedidas, como as iniciativas de digitalização do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover a cooperação entre os países do grupo para desenvolver tecnologias que melhorem o acesso e a eficiência dos sistemas de saúde.
Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde do Brasil, destacou que as iniciativas brasileiras na área de saúde digital, reconhecidas pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), serão apresentadas aos demais membros do BRICS. “A experiência do SUS com IA e a criação de um setor especializado em digitalização são contribuições valiosas que podemos compartilhar”, afirmou.
Durante a presidência brasileira, o grupo discutirá padrões comuns para coleta, armazenamento e compartilhamento de dados, além de diretrizes éticas e marcos regulatórios que assegurem transparência e inclusão no desenvolvimento tecnológico. “O BRICS oferece a oportunidade de trocar experiências e aprender com as práticas dos outros países”, explicou Ana Estela.
Entre os objetivos da presidência brasileira está a criação de uma plataforma para pesquisas conjuntas em áreas como previsão de doenças, emergências sanitárias, vigilância em saúde pública e otimização de sistemas de saúde. A integração de IA em diagnósticos, gestão hospitalar e monitoramento epidemiológico pode otimizar recursos, reduzir desigualdades e melhorar a capacidade de resposta a crises sanitárias.
O SUS, sistema público e universal do Brasil, realiza cerca de 2,8 bilhões de atendimentos por ano. Em 2023, o Ministério da Saúde criou a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) para coordenar a transformação digital do SUS, ampliando o acesso e promovendo a integralidade e continuidade do cuidado em saúde. Com a presidência do BRICS, o Brasil espera fortalecer essas iniciativas e contribuir para o avanço global da saúde digital.
