Neste sábado, 21 de setembro, a estreia de Alec Vasconcelos, bailarino amazonense, foi realizada no Palco Favela do Rock in Rio, como parte do ballet da cantora Kaê Guajajara. Alec, nortista e indígena de retomada, foi destacado pela representatividade que traz, junto com a cantora, na primeira edição do festival que incluiu artistas indígenas como atrações principais.
Nascido em Manaus, Alec mudou-se para o Rio de Janeiro em 2017, aos 20 anos, para estudar dança na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde ainda cursa a graduação. Formado pelo Centro de Dança Rio e integrante do grupo de dança Excorporação, sua experiência em grandes eventos foi utilizada para sua performance em um dos maiores festivais de música do Brasil.
Grandes públicos já haviam assistido a suas apresentações, como no Prêmio Sim à Igualdade Racial e na comissão de frente da São Clemente, no carnaval de 2022, onde Paulo Gustavo foi homenageado e Alec interpretou uma das personagens Hermínia. Ao comentar sobre sua estreia no Rock in Rio, o bailarino afirmou que, embora já tenha participado de grandes eventos, essa oportunidade é incomparável, e ele se sentiu preparado para essa nova experiência.
Para a apresentação, foi prometida por Alec uma performance com muita energia e uma mistura de ritmos como música originária, funk, trap e pop. Além de Alec, o elenco de dança contou com nomes como Mell Muzzillo, atriz e dançarina da novela ‘Renascer’, e o grupo Dance Maré, do Complexo da Maré no Rio de Janeiro.
Iniciado na dança aos 11 anos, Alec levou ao Rio de Janeiro as vivências de sua infância em Manaus, o que ainda influencia sua arte. Ele se considera indígena em retomada, conectando-se com suas raízes por meio de ritos e vivências, sendo a dança essencial para esse processo. A parceria com Kaê Guajajara fortaleceu essa conexão.
Segundo Alec, sua presença no Rock in Rio carrega a representatividade de pessoas originárias e manauaras, ocupando espaços que historicamente foram negados. Ele reforçou que essa ocupação é uma forma de mostrar que pessoas indígenas também pertencem a esses espaços.
Para sua performance no festival, a preparação física e mental de Alec foi intensiva. Ele manteve uma rotina de aulas de dança, treinos na academia e corridas, sem levar o corpo à exaustão, e focou na consciência corporal. Alec destacou a importância de expressões faciais durante os ensaios e a preparação mental que o ajudou a se sentir pronto para o desafio.
