Cientistas de todo o Brasil reuniram-se em Manaus nesta terça e quarta-feira (29 e 30/4) para apresentar resultados parciais de 39 projetos científicos durante o Workshop da Iniciativa Amazônia +10. A Fapeam promoveu o evento, que destacou a pesquisa científica colaborativa como estratégia para aliar conhecimentos locais e inovação. Dos estudos, 16 contam com liderança de pesquisadores do Amazonas, além de parcerias com instituições como o CNPq e agências internacionais do Reino Unido e Alemanha.
Além disso, Márcia Perales, diretora da Fapeam, enfatizou que a pesquisa científica colaborativa fortalece o protagonismo regional: “A Amazônia não é apenas objeto de estudo, mas produtora de ciência”. Serafim Fernandes, secretário da Sedecti, reforçou a necessidade de incluir comunidades tradicionais nos projetos: “Quem vive na floresta precisa ter voz ativa na construção de soluções”. Paralelamente, a organização anunciou dois novos editais para 2025 e 2026, que ampliarão o financiamento de estudos na região.
Por outro lado, desafios históricos ainda limitam avanços. Marcel Botelho, vice-presidente do Confap, criticou os R$ 42 milhões destinados à Amazônia na primeira fase da iniciativa, valor considerado insuficiente para uma região com demandas complexas. Enquanto isso, pesquisadores como Camila Ribas (Inpa) e Josiel Juruna (Aldeia Müratu) compartilharam estudos que integram saberes indígenas e conservação, abordando temas como biodiversidade e saúde pública.
Por fim, o evento encerrou com a apresentação de 27 resultados adicionais, reforçando a urgência de políticas contínuas para ciência e tecnologia. Com quatro eixos temáticos — de bioeconomia a zoonoses —, a Iniciativa Amazônia +10 consolida-se como uma plataforma essencial para transformar conhecimento em impacto socioambiental. Dessa forma, a colaboração entre cientistas, governos e comunidades segue como caminho para o desenvolvimento sustentável.
