sexta-feira, janeiro 10, 2025
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Consultoria internacional faz previsão otimista para risco fiscal do Brasil e destoa da Faria Lima

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Enquanto agentes da Faria Lima pressionam o governo por mais corte de gastos, alegando que o país corre um sério “risco fiscal”, a Gavekal Research, uma das consultorias mais respeitadas por grandes investidores, divulgou uma análise com viés otimista sobre o Brasil.

Autor do texto, o analista Udith Simand reconhece que a relação entre dívida líquida e PIB de 85% realmente é alta para um país emergente e se assemelha mais a economias desenvolvidas como Reino Unido e Japão.

Cita ainda os embates entre o presidente Lula e Roberto Campos Neto, que dirigia o Banco Central, como um dos complicadores, além do alto custo do serviço da dívida.

Mas desse ponto em diante, a Gavekall vê boas perspectivas para o país. “A boa notícia é que o atrito com o Banco Central deverá diminuir. Gabriel Galipolo — nomeado por Lula como novo dirigente — é bem-visto pelos mercados e já votou a favor de novas altas de juros”.

De acordo com a análise, “se Lula cumprir sua promessa de conceder autonomia a Galipolo e permanecer ‘vigilante’ à necessidade de reformas fiscais, a moeda subvalorizada e sobrevendida do Brasil poderá facilmente provar ser uma ‘comeback kid’ (em tradução livre, uma economia que dará a volta por cima) em 2025.”

Eduardo Moreira

Edu Moreira: “Situação fiscal é menos preocupante do que fazem parecer”

O economista Eduardo Moreira, criador do Instituto Conhecimento Liberta, ressalta o contraste entre a análise da consultoria internacional e os porta-vozes do mercado financeiro instalados na Faria Lima.

Como eu e vários outros economistas do campo progressista vimos falando há anos, a situação fiscal do Brasil é muito menos preocupante do que querem fazer parecer os especuladores de mercado, que só se beneficiam dessas grandes oscilações que conseguem gerar, impondo medo aos investidores”, comenta Edu.

A economista e historiadora Deborah Magagna, apresentadora do ICL Mercado e Investimentos, concorda. “Eu também não vejo esse risco fiscal que o mercado está apontando”, diz ela. “A análise fala que a dívida bruta do Brasil está aumentando, mas pelo custo da dívida, não porque o endividamento está crescendo. Mas o mercado usa a abordagem que lhe convém para sustentar essa história de que há risco fiscal. Eles precisam desses elementos para pressionar os juros e para pressionar o governo”.

Deborah lembra que a Faria Lima errou muitas projeções e provavelmente vai errar a projeção do déficit e da inflação do ano.

O relatório também fala que o real está mais desvalorizado que a média das outras moedas por fatores domésticos e é possível que haja a retomada, já que o relatório fala do Gabriel Galípolo à frente do BC, que vai diminuir os atritos com o governo e pode reduzir essa percepção de risco”, afirma a economista.

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