O artista urbano amazonense Gnos AM lançou, na primeira quinzena de novembro, uma nova empena em São Paulo, localizada na Rua Jair da Rosa Pinto, 47, no Parque das Nações, zona oeste da capital paulista. A obra de 300 metros quadrados traz à tona a lenda amazônica da Macaca Guariba, uma protetora espiritual da floresta, como um forte símbolo da luta pela preservação da Amazônia.
Intitulada Contos da Mata, a empena combina técnicas de graffiti em spray e tinta látex, destacando a força visual da Macaca Guariba ao lado de uma mulher indígena, contrastando com as cores da floresta. A obra, além de impressionar pela grandiosidade e beleza, traz uma mensagem urgente de conscientização ambiental.
“A Macaca Guariba é uma guardiã espiritual que protege o ecossistema com seu canto. Com esta obra, espero conectar as pessoas com a Amazônia e inspirá-las a se engajar na preservação das florestas”, explicou Gnos AM.
A empena faz parte do projeto contínuo do artista de promover as lendas e mitos amazônicos através da arte urbana, conectando a Amazônia a regiões distantes. Financiado pelo Museu de Arte de Rua (MAR) e realizado pela Secretaria de Cultura de São Paulo, o projeto é produzido em parceria com Flavinha Alessandra, do Conexoartecultural, e conta com a colaboração de André Hullk, Rotka, Adriano Mendez e Giuliana Fletcher.
A importância de São Paulo como cenário
São Paulo, uma das maiores metrópoles do Brasil, enfrenta desafios climáticos severos, como poluição e fumaça. Gnos escolheu a cidade para alertar sobre a interdependência entre áreas urbanas e a floresta amazônica. “Embora distante da Amazônia, São Paulo concentra pessoas de todo o Brasil, e quero que essa obra sirva de reflexão e engajamento para a preservação ambiental”, ressaltou o artista.
Lendas amazônicas e o legado cultural
Além desta obra, Gnos AM já transformou outros espaços urbanos com representações de mitos amazônicos, como a lenda da Boiuna e da Vitória-Régia. Em agosto, ele realizou o mural A Energia da Floresta, em Manaus, representando a lenda de Cereçaporanga.
A lenda da Macaca Guariba, que inspira a nova obra, conta a história de uma guerreira indígena que, ao sacrificar-se pelos deuses, tornou-se guardiã da floresta. Seu canto protege a selva dos invasores, evocando respeito pela natureza e seus mistérios.