Nesse sábado (24/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Campo Verde (MT) para lançar oficialmente o Programa Solo Vivo, acompanhado dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar). A iniciativa visa recuperar solos degradados, impulsionar a produtividade agrícola, fomentar a geração de renda e garantir a permanência das famílias no campo.
O projeto piloto integra ações em 10 municípios de Mato Grosso e conta com um investimento inicial de R$ 42,8 milhões do Governo Federal. A proposta é fruto de uma colaboração com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Mato Grosso (Fetagri-MT) e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), responsável por executar as análises técnicas do solo com apoio de tecnologia avançada.
O diferencial do programa está na formação de uma equipe especializada, composta por professores, técnicos e pesquisadores das áreas de ciência do solo, sustentabilidade, sistemas agrícolas e geotecnologias. O trabalho inicia com análises laboratoriais, que identificam as necessidades de cada propriedade para a aplicação correta de insumos como calcário e fosfato.
As operações são monitoradas por uma plataforma digital de gestão, o Operation Center, que permite o acompanhamento em tempo real das atividades de campo, das máquinas e do rendimento das operações.
Nesta primeira fase, o programa deve beneficiar entre 800 e 1.000 famílias, que vivem em lotes de 10 a 15 hectares, localizados em assentamentos rurais. Além disso, está prevista a entrega de máquinas agrícolas e retroescavadeiras por meio do Programa Estratégico de Fortalecimento Estrutural de Assentamentos Rurais e Sustentabilidade da Agricultura Familiar.
O Programa Solo Vivo atuará inicialmente nos municípios de Campo Verde, Poconé, São José dos Quatro Marcos, São Félix do Araguaia e Juína, com expansão para outras regiões de Mato Grosso, como Alto Araguaia, Barra do Bugres, Matupá, Pontes e Lacerda e Rosário Oeste.
O IFMT será responsável por toda a base técnica do programa, realizando estudos, análises laboratoriais e orientando o manejo sustentável do solo. Em parceria com o Ministério da Agricultura (MAPA), o projeto fortalece a extensão tecnológica e amplia o acesso dos agricultores familiares aos serviços públicos.
Nesta etapa inicial, as equipes serão formadas por professores, técnicos e 43 estudantes bolsistas — sendo 22 deles do Ensino Médio Integrado. Esses jovens participarão de todas as etapas: coleta de amostras, análises laboratoriais, desenvolvimento de tecnologias e soluções digitais, como o SolIF, software criado pelo IFMT.
A partir dos laudos técnicos, o MAPA executará ações de correção e manejo, fundamentais para transformar a realidade produtiva da agricultura familiar em Mato Grosso.